Onde os fracos não têm vez

Ganhador de quatro prêmios do Oscar 2008, dentre eles o prêmio de melhor filme, "Onde os fracos não têm vez", apesar de aclamado pela crítica, não caiu no meu gosto pessoal. Realmente, gosto é algo que não se discute, mas é importante comentar, até para que outras pessoas tenham acesso a visões diferentes de um mesmo assunto.
A proposta do filme de mostrar a diferença de combate ao crime à moda antiga (sem armas) frente a situação de transição da década de 80, onde o banditismo detém armamentos cada vez mais eficientes e modernos, pareceu uma boa idéia, até o momento que a banalização da violência foi enfatizada frame a frame da obra.
De narrativa lenta, o filme estampa mensagens angustiantes de mortes sem precedentes, realizadas por um assassino psicótico, Anthon, interpretado por Javier Bardem (que atuou brilhantemente), durante sua busca por uma mala com dinheiro. É claro que este tipo de assassino realmente existe, contudo não vejo fundamento na banalização da violência como forma de comprovação da mudança social que a polícia Texana enfrentou àquela época.
Segundo Carla Meneghini, do G1, a história é uma espécie de suspense ambientada no faroeste, com seqüências de perseguição de tirar o fôlego. Mas, acima de tudo, é um estudo de personagens, um mergulho na psicologia da violência, cuja riqueza está em observar como as pessoas reagem a um indivíduo de natureza puramente má. Só uma direção impecável (Ethan Coen e Joel Coen) consegue fazer com que uma visão tão negativa de nós mesmos seja tão deliciosa.
Contudo, é importante lembrar que por ora pode ser desagradável testemunhar a mediocridade humana e reconhecer-se na maldade. Longe de considerar a obra tecnicamente mal feita, ressalto apenas uma questão de apreciação pessoal. Se muitos não saíram da cadeira pois estavam presos à narrativa, eu, pelo menos, rezava para que o filme terminasse logo, afinal, de miséria humana, maldade e violência, já bastam as que assisto nos noticiários de TV. Prefiro assistir a morte e tortura de um vilão, que sua supremacia perante os inocentes. Piegas? Talvez sim. Mas gosto... cada um tem o seu.