Você rasgaria R$1?

Restava apenas uma semana para a chegada do Natal. Uma semana para a época que o dinheiro faz mais falta para muita gente, não apenas para comprar presentes, mas para fazer uma pequena ceia. Neste dia eu havia acabado de acordar na casa da minha cunhada, na Barra. Meu marido estava se preparando para descer e comprar o pão-nosso-de-cada-dia. Geralmente eu não costumo descer, pois a preguiça é maior que eu, mas eis que neste dia, especialmente o dia que marcava uma semana anterior ao Natal, eu desci!
Íamos, meu marido e eu, caminhando pela rua. Após chegarmos a padaria escolhemos os pães, e eu, milagrosamente, resolvi comprar um sonho (não costumo comer doces) e um quindim para minha mãe. Feito isto nos encaminhamos para o caixa.
Meu marido tem mania de selecionar notas, e dentro de sua carteira havia uma nota de R$1 mais feinha a qual ele não hesitou em entregar a caixa da padaria. Para minha surpresa a caixa pegou a nota e disse:
- Nossa, mas que R$1 feio!
A princípio eu resolvi contar até dez e não responder rispidamente à funcionária. Engoli o sapo e fiquei observando-a amassar a nota de R$1 enquanto meu marido colocava as compras no saco. Só então me dei conta que ela estava amassando o dinheiro para jogar fora e perguntei para ter certeza do que estava presenciando:
- O que você está fazendo com essa nota?
Ela respondeu com uma simplicidade que me irritou:
- Vou jogar fora. Aqui ninguém aceita uma nota nesse estado.
Imediatamente eu me joguei pra cima da nota e a peguei de volta dizendo:
- Se ninguém aceita eu aceito! Está feia mas é dinheiro e isto não se rasga!
Meu marido até ofereceu uma moeda de R$1 para substituir a que eu "tomei" de volta, mas a funcionária se deu ao luxo de recusar.
Saí da padaria revoltada. Só porque era uma padaria da Barra as pessoas não aceitariam a nota feia? Que eu saiba o real tem o mesmo valor na Barra ou em Nova Iguaçú. Como pode aquela funcionária rasgar dinheiro. A nota não estava nem em tão mal estado assim! Isto é um crime contra o tesouro nacional. Sem contar que, para mim, quem rasga dinheiro é maluco, pode internar! Só em novela se rasga um cheque de R$1 milhão e ainda se discute se na vida real alguém faria o mesmo!
Não é preciso ir muito longe daquela padaria para saber quantas pessoas estão precisando de R$1. Lá mesmo, na Barra, onde os moradores são os chamados "emergentes", existem meninos que vendem balas no sinal, fazem malabares e, vez por outra, também encontro pedintes. Com que autoridade aquela funcionária da padaria rasgaria R$1? Isto é um deboche, uma afronta não só a mim, mas à sociedade.
Saí daquela padaria com o triste pensamento de que aquela funcionária da padaria pertence a mesma nação a qual eu pertenço. Ela vota nas mesmas eleições que eu voto. Imagino que ela deva escolher exatamente os candidatos que "rasgam" o dinheiro público às nossas vistas ou desviam-no para cuecas contrabandistas. Mas, entre mortos e feridos, eu economizei R$1 e a funcionária provavelmente teve que cobrir a diferença de R$1 no caixa ao findar o dia.
Íamos, meu marido e eu, caminhando pela rua. Após chegarmos a padaria escolhemos os pães, e eu, milagrosamente, resolvi comprar um sonho (não costumo comer doces) e um quindim para minha mãe. Feito isto nos encaminhamos para o caixa.
Meu marido tem mania de selecionar notas, e dentro de sua carteira havia uma nota de R$1 mais feinha a qual ele não hesitou em entregar a caixa da padaria. Para minha surpresa a caixa pegou a nota e disse:
- Nossa, mas que R$1 feio!
A princípio eu resolvi contar até dez e não responder rispidamente à funcionária. Engoli o sapo e fiquei observando-a amassar a nota de R$1 enquanto meu marido colocava as compras no saco. Só então me dei conta que ela estava amassando o dinheiro para jogar fora e perguntei para ter certeza do que estava presenciando:
- O que você está fazendo com essa nota?
Ela respondeu com uma simplicidade que me irritou:
- Vou jogar fora. Aqui ninguém aceita uma nota nesse estado.
Imediatamente eu me joguei pra cima da nota e a peguei de volta dizendo:
- Se ninguém aceita eu aceito! Está feia mas é dinheiro e isto não se rasga!
Meu marido até ofereceu uma moeda de R$1 para substituir a que eu "tomei" de volta, mas a funcionária se deu ao luxo de recusar.
Saí da padaria revoltada. Só porque era uma padaria da Barra as pessoas não aceitariam a nota feia? Que eu saiba o real tem o mesmo valor na Barra ou em Nova Iguaçú. Como pode aquela funcionária rasgar dinheiro. A nota não estava nem em tão mal estado assim! Isto é um crime contra o tesouro nacional. Sem contar que, para mim, quem rasga dinheiro é maluco, pode internar! Só em novela se rasga um cheque de R$1 milhão e ainda se discute se na vida real alguém faria o mesmo!
Não é preciso ir muito longe daquela padaria para saber quantas pessoas estão precisando de R$1. Lá mesmo, na Barra, onde os moradores são os chamados "emergentes", existem meninos que vendem balas no sinal, fazem malabares e, vez por outra, também encontro pedintes. Com que autoridade aquela funcionária da padaria rasgaria R$1? Isto é um deboche, uma afronta não só a mim, mas à sociedade.
Saí daquela padaria com o triste pensamento de que aquela funcionária da padaria pertence a mesma nação a qual eu pertenço. Ela vota nas mesmas eleições que eu voto. Imagino que ela deva escolher exatamente os candidatos que "rasgam" o dinheiro público às nossas vistas ou desviam-no para cuecas contrabandistas. Mas, entre mortos e feridos, eu economizei R$1 e a funcionária provavelmente teve que cobrir a diferença de R$1 no caixa ao findar o dia.
1 Comments:
Beeeeeeeeeeeeeeeeem melhor minha cara! Limpo, enxuto......sóbrio......daqui ha pouco vc mexe um tiquinho aqui, aqui acolá,mas a essencia mudou de uam forma boa.
Agora só falta...ao visitar o blog dos outros ( Pra nao falr do meu digamos o "in loco" por exemplo), lembrar de fazer o que gosta que façam no seu....comentar! rs...!!!! bjks m
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